quarta-feira, 8 de julho de 2009

Amamentar é mmmmmmuuuiiiiito bom!!!!!!






Começo já dizendo que cada pessoa decide o que é melhor para si, mas amamentar é uma decisão que está longe de importar só para a mãe. Posso falar, agora, por experiência própria sobre as várias faces (não todas, é claro) do ato de amamentar.



Durante a gravidez, sempre me preocupei com o bico dos meus seios, por serem pequenos, quase infantis. Além da mudança de pigmentação causada pelos hormonios, fiz tudo que me ensinaram para torná-los mais ásperos e resistentes e assim fugir das terríveis rachaduras nos mamilos. Queria muito amamentar, sempre via minha mãe amamentando meus irmãos e ficava olhando pra carinha de ternura e aconchego deles. Queria poder proporcionar esse momento para o meu príncipe! Também nessa época, não aguentava mais as campanhas a favor da amamentação. Calma, vou explicar porquê. Sem entrar em detalhes sobre como deve ser ou não ser uma campanha publicitária por causa do meu desconhecimento sobre o assunto, eu achava as informações muito óbvias. É claro que o leite materno é o melhor alimento para o bebê. Ajuda a mãe a emagrecer, é também uma proteção contra muitas doenças que podem atingir a criança, etc. Achava que tamanha insistência devia-se ao fato de existirem muitas mães desnaturadas, desinformadas ou sob a influência de avós que não davam importância à amamentação.



Assim que Luca nasceu e minha luta para amamentar começou, pude constatar que tais campanhas não foram úteis pra mim. Sei que elas podem funcionar para muitas pessoas, mas sei que deve ter um grupo grande que pense como eu. Me ajudaria muito saber como se dá a produção do leite no meu corpo, só para começar.



Vivemos cercadas de mitos sobre a produção do leite materno. E tome mingau disso, mingau daquilo... e se a pobre não produz leite é como se ela não fosse merecedora, e tinha de se contentar com o fato. Quando descobri que o leite se forma pelo estímulo de um hormonio, produzido por uma glândula na cabeça... que o stress colabora e muito para a baixa produção...fiquei mais tranquila. Se tem algumas mulheres que o leite jorra em abundância e outras não, as que tem uma menor produção devem amamentar em livre demanda para que a produção aumente. Eu fiz parte do segundo grupo! Também fiz parte do grupo dos mamilos fissurados! Mas eu n-u-n-c-a desisti fácil das coisas que queria. Também não gostava da ideia de Luca tomar outro leite. Não só pelas diferenças expostas pelas campanhas, mas por ciúme mesmo! He, he!!!



Com o tempo as dores foram passando e só ficou o lado bom, o lado maravilhoso, a carinha de ternura e aconchego ao mamar, a choradinha de dengo que ele dá até hoje ao ver o peito, as bochechinhas coradas de saúde. Me sinto orgulhosa por isso, seria hipócrita se dissesse o contrário. Não dei de mamar para imitar alguma atriz, ou porque fui obrigada pelas pressões sociais. Fui movida pelo sentimento de amor. Assim como ele se formou dentro de mim, amamentar era como se eu estivesse completando o que começou no meu útero. Sei que algumas mães não conseguem e não as classifico como desnaturadas hoje. Cada uma é atravessada por muitas circunstâncias que favorecem ou desfavorecem a amamentação. Sem falar da maturidade psicológica em que se encontram para enfrentar tais circunstâncias.



Recentemente eu li uma história sobre amamentação bem diferente das usuais e fiquei encantada por ela:



"Primeiras lembranças
Minha mãe sentava-se numa cadeira, tirava o avental
e eu ia. Colocava-me entre suas pernas, enfiava as mãos
no decote do seu vestido, arrancava dele os seios e
mamava em pé.
Ela aproveitava o tempo, catando piolhos da minha cabeça
ou trançando-me os cabelos. Conversávamos, às
vezes:
— Mãe, a senhora gosta de mim?
— Ué, claro que gosto, filha.
—- Que tamanho? — perguntava eu.
Ela então soltava minha cabeça, estendia os braços e
respondia sorrindo:
— Assim.
Eu voltava ao peito, fechava os olhos e mamava feliz.
Era o tanto certo do amor que precisava, porque eu
nunca podia imaginar um amor além da extensão de
seus braços.



Geni Guimarães"