domingo, 20 de dezembro de 2009

A palavra é....

imagem retirada da internet
"COMPARTILHAR"

Se Bianca e Jarbas achavam que compartilhavam e muito as suas vidas (ideias, bicicletas e outras cositas mas...) não perdiam por esperar com a chegada de Luca (Caca, por ele mesmo).
As bolinhas de leite no fundo da xícara e as azeitonas que tinham dono único, agora têm dois donos. E o melhor é que os antigos donos estão felizes e orgulhosos!!!! C'est la vie!!!! (acho que escrevi certo...he he)

domingo, 29 de novembro de 2009

O ensino de português nas escolas brasileiras


A figura do professor de língua portuguesa quase sempre é mal vista, hostilizada, mais até que a figura do professor de matemática, que obriga o aluno a calcular, a decorar fórmulas. Isso acontece porque muitas vezes espera-se que ele seja a pessoa que vai atestar a incompetência do aluno em “não saber” usar sua própria língua.
Com isso, surgem dois pólos de professores: os odiados defensores da língua e os boas-praças, que tentam seduzir os alunos e tornam a disciplina palatável. O primeiro professor dita o que é certo ou errado na fala e na escrita dos alunos, é um verdadeiro substituto das gramáticas escritas até então, copiando os modelos seguidos por seus antigos professores. Jamais convidam seus alunos a refletir sobre a língua.
Já o professor que ocupa o segundo pólo, esse tenta cumprir os planejamentos, abafa algumas dúvidas que podem surgir sobre as normas da língua e que ele ainda não se sente capaz de esclarecer, mas procuram aproximar os alunos das suas aulas com muitos recursos audiovisuais, aulas extra-classe, etc. Preocupa-se com satisfação imediata de sua clientela. Porém, mais cedo ou mais tarde, vão ser lembrados por não terem elucidado suficientemente aquela dúvida, por terem deixado passar em branco aquele assunto importante para aquele público específico. Particularmente, nada tenho contra aos recursos audiovisuais, ou a um bom relacionamento com o alunado, mas o ensino da língua materna nas escolas exige muito mais do que isso.
O grande equívoco desses dois tipos de profissionais é negar a face dinâmica da língua, que se reinventa a todo tempo, sem perder necessariamente a sua estrutura, a sua essência e focar suas atividades ou nos modelos “consagrados” de ensino da língua, ou no gosto dos alunos. Dão a entender que a língua é única e estática (o que é um absurdo pelo simples fato de a língua ser uma representação social e psíquica de uma comunidade), ignorando os estudos científicos a respeito da língua, ignorando as várias normas que surgem dos diversos contextos comunicativos de uma comunidade.
Por causa dessa tentativa de engessamento da língua é que muitos alunos quando se deparam com uma gramática (e não o seu livro didático de português) sentem que estão diante de outra língua. O padrão ali existente (que é um modelo de língua do século XIX, praticada por escritores portugueses dessa época) não está presente nem mesmo nos livros didáticos e paradidáticos de hoje, nos jornais e nas revistas de grande circulação. Daí vem a incoerência em ensinar um modelo de língua tão distante da realidade da maioria dos falantes e ignorar completamente as múltiplas realidades de uma mesma língua que levam em conta as diferenças sociais, de idade, de sexo, de região, dentre muitas outras variantes. Assim, o professor deve conhecer e trazer para seus alunos um pouco da história da formação da língua, trabalhar com a maior variedade de textos possíveis, formais ou não, oportunizar a discussão a respeito dos diversos níveis de linguagem. Instrumentalizar o aluno à pesquisa, entregando-lhe às mãos as fontes possíveis, treinando seus olhos a ver as falhas e incoerência entre os autores e destravando suas bocas para que possam trazer as múltiplas realidades para sala de aula.
A necessidade de uma norma padrão é inegável. É importante para uma mínima eficiência comunicativa nos campos formais e a escola é o lugar ideal para adquirir esse padrão. Contudo, o modelo das gramáticas sozinho não é capaz de garantir uma eficácia comunicativa a todo o momento, ele, sozinho, não dá conta de explicar a complexidade da língua. É preciso compreender não só a norma padrão como também as variedades linguísticas menos prestigiadas socialmente, pois todas elas compõem a língua e são usadas ou ouvidas em um momento ou outro da vida do falante.
O que acontece é que há uma minoria presente, sobretudo nos meios de comunicação, nas escolas e no governo que usam a norma que nem eles mesmos dominam para oprimir a grande massa de analfabetos funcionais. Não lhes interessa a elaboração de um novo padrão de língua a ser seguido nas produções textuais formais, sempre defendem o padrão existente como a verdadeira língua, com o intuito de pertencer a uma elite européia, sem atentar que nenhuma língua é feita de estaticidade.
Formas tidas como impróprias hoje (Frauta, Fro), ontem (duzentos, trezentos anos atrás) eram tidas como próprias, e poderão até ser aceitas como formas cultas daqui a algum tempo. O linguísta Sírio Possenti, certa vez, comparou os gramáticos com os paisagistas, que cultivam somente determinadas plantas, desconsiderando algumas outras em nome da beleza do jardim. Já o linguísta, segundo Possenti, assemelha-se aos botânicos, que considera toda espécie importante, podendo até assessorar o paisagista em seu cultivo ornamental, mas sem descuidar das outras espécies que compõem a flora.
Contudo, entre a botânica e a linguística, a primeira goza de um prestígio que a segunda ainda não desfruta. As elaborações científicas dos últimos anos a respeito da língua pouco chegam às escolas, seja pela má formação de professores, seja por questões políticas quem impedem a aceitação de um modelo normativo mais próximo das nossas necessidades comunicativas. Assim sendo, em sala de aula, é preciso considerar a língua falada pelo aluno, estudar a sua estrutura, compará-la à norma padrão, instrumentalizando-o na leitura e escrita exigida em vários momentos de sua vida, minorando o sentimento de inferioridade ao usar a própria língua.
Para o professor em formação ou em exercício (que também deve estar em constante formação) cabe um desafio: combater em si mesmo as práticas de ensino comuns dos professores defensores da língua e dos professores boas-praças. Tais práticas são mais comuns de se aderir do que se imagina. Copiar modelos numa rotina estafante a que o professor é submetido é bem mais fácil do que criar, adaptar e aplicar novas técnicas em harmonia com seu público. E mais, é preciso fazer com que os nossos alunos se sintam cada vez mais agentes do que dependentes dos “mestres”, impregnados de um modelo reflexão da língua materna preconceituoso.
O estudante precisa compreender que ele é sujeito da sua própria língua e que ele, junto aos seus vários círculos de convivência têm o pertencimento da língua que falam e não são subjugados a ela. Estão subjugados aos grupos sociais e hegemônicos que determinam as normas de fala, mas, ainda assim, não são capazes de exterminar os outros padrões de língua, nem de abafar a inventividade na língua.
Bianca Mendes Azevedo

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

10 coisas que amo!


1. Receber carinho do meu filhão( todo mundo imagina que é bom mas só dá pra saber mesmo quando acontece);

2. Estar com meu maridão só pra mim;

3. Comer chocolate e beber Coca-cola ou café (bomba atômica, né? Eu sei, mas fazer o quê? Não é sempre, não!

4. Caminhar. Penso um bocado na vida assim!

5. Conversar com meu pai;

6. Ter o colinho da minha mãe;

7. Meus irmãos;

8. Receber massagem;
9. Dar aula, planejar novos objetivos profissionais e...

10. Praia!!!!!
Tem mais, só que como me propus a listar 10 coisas... pra não virar bagunça, né???
Então, bjim procês!!!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Brasileiro de BMX em Salvador


Nesse último final de semana, o do feriadão, meu amor participou da 7ª e 8ª etapas do campeonato brasileiro de BMX. Foi muito legal. Brigas boas na pista, nem sempre limpas, infelizmente, arquibancada gritando em peso "Jarbas, Jarbas..."(na final da categoria dele), mas a estrela da festa era Luquinha.

Encantou a todos gritando "papaiiii", aplaudindo (só ele fazia isso), se desmanchando em sorrisos, dançando. Já vi que vai ser mantida aqui em casa a rotina de treinos, viagens, compra de equipamentos, etc, etc, etc... por muitos anos e para dois pilotos. Haja paciência!!!!

Mas se fosse pela minha paciência, o bicicross em Salvador estaria salvo. Enquanto no Sul e no Sudeste muitos bons pilotos podem conciliar suas vidas ao esporte por causa da força do patrocínio e o forte apoio das famílias, o mesmo esporte aqui sofre com o descrédito da sociedade, dificuldade em conseguir apoio ou patrocínio.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Nosso bb já vai fazer 1 aninho!


Toda vez que dizemos essa frase, ele vem com o dedinho levantado. Há um ano, nesse dia, eu estava dando aula, me sentinho bem, mas estressadíssima com uma bendita reforma lá em casa. Dizem que a gente sente quando eles vão chegar e fica doida pra preparar o ninho.

Minhas aulas na faculdade começaram e eu estou cheia de projetos e quase não tenho tempopra tudo que quero. Mas volto pra mostrar uma retrospectiva de nosso Luquinha e pra falar dos nossos desejos pro futuro.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Amamentar é mmmmmmuuuiiiiito bom!!!!!!






Começo já dizendo que cada pessoa decide o que é melhor para si, mas amamentar é uma decisão que está longe de importar só para a mãe. Posso falar, agora, por experiência própria sobre as várias faces (não todas, é claro) do ato de amamentar.



Durante a gravidez, sempre me preocupei com o bico dos meus seios, por serem pequenos, quase infantis. Além da mudança de pigmentação causada pelos hormonios, fiz tudo que me ensinaram para torná-los mais ásperos e resistentes e assim fugir das terríveis rachaduras nos mamilos. Queria muito amamentar, sempre via minha mãe amamentando meus irmãos e ficava olhando pra carinha de ternura e aconchego deles. Queria poder proporcionar esse momento para o meu príncipe! Também nessa época, não aguentava mais as campanhas a favor da amamentação. Calma, vou explicar porquê. Sem entrar em detalhes sobre como deve ser ou não ser uma campanha publicitária por causa do meu desconhecimento sobre o assunto, eu achava as informações muito óbvias. É claro que o leite materno é o melhor alimento para o bebê. Ajuda a mãe a emagrecer, é também uma proteção contra muitas doenças que podem atingir a criança, etc. Achava que tamanha insistência devia-se ao fato de existirem muitas mães desnaturadas, desinformadas ou sob a influência de avós que não davam importância à amamentação.



Assim que Luca nasceu e minha luta para amamentar começou, pude constatar que tais campanhas não foram úteis pra mim. Sei que elas podem funcionar para muitas pessoas, mas sei que deve ter um grupo grande que pense como eu. Me ajudaria muito saber como se dá a produção do leite no meu corpo, só para começar.



Vivemos cercadas de mitos sobre a produção do leite materno. E tome mingau disso, mingau daquilo... e se a pobre não produz leite é como se ela não fosse merecedora, e tinha de se contentar com o fato. Quando descobri que o leite se forma pelo estímulo de um hormonio, produzido por uma glândula na cabeça... que o stress colabora e muito para a baixa produção...fiquei mais tranquila. Se tem algumas mulheres que o leite jorra em abundância e outras não, as que tem uma menor produção devem amamentar em livre demanda para que a produção aumente. Eu fiz parte do segundo grupo! Também fiz parte do grupo dos mamilos fissurados! Mas eu n-u-n-c-a desisti fácil das coisas que queria. Também não gostava da ideia de Luca tomar outro leite. Não só pelas diferenças expostas pelas campanhas, mas por ciúme mesmo! He, he!!!



Com o tempo as dores foram passando e só ficou o lado bom, o lado maravilhoso, a carinha de ternura e aconchego ao mamar, a choradinha de dengo que ele dá até hoje ao ver o peito, as bochechinhas coradas de saúde. Me sinto orgulhosa por isso, seria hipócrita se dissesse o contrário. Não dei de mamar para imitar alguma atriz, ou porque fui obrigada pelas pressões sociais. Fui movida pelo sentimento de amor. Assim como ele se formou dentro de mim, amamentar era como se eu estivesse completando o que começou no meu útero. Sei que algumas mães não conseguem e não as classifico como desnaturadas hoje. Cada uma é atravessada por muitas circunstâncias que favorecem ou desfavorecem a amamentação. Sem falar da maturidade psicológica em que se encontram para enfrentar tais circunstâncias.



Recentemente eu li uma história sobre amamentação bem diferente das usuais e fiquei encantada por ela:



"Primeiras lembranças
Minha mãe sentava-se numa cadeira, tirava o avental
e eu ia. Colocava-me entre suas pernas, enfiava as mãos
no decote do seu vestido, arrancava dele os seios e
mamava em pé.
Ela aproveitava o tempo, catando piolhos da minha cabeça
ou trançando-me os cabelos. Conversávamos, às
vezes:
— Mãe, a senhora gosta de mim?
— Ué, claro que gosto, filha.
—- Que tamanho? — perguntava eu.
Ela então soltava minha cabeça, estendia os braços e
respondia sorrindo:
— Assim.
Eu voltava ao peito, fechava os olhos e mamava feliz.
Era o tanto certo do amor que precisava, porque eu
nunca podia imaginar um amor além da extensão de
seus braços.



Geni Guimarães"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Campeonato Baiano de Bicicross


Será realizado neste final de semana, no dia 21 de junho, a 2ª etapa do Campeonato Baiano de Bicicross, na cidade de Salvador-Bahia. Organizado pela FBBx (Federação Baiana de Bicicross) e composto de 5 etapas, teve a 1ª etapa em Feira de Santana-Bahia. A previsão de participação é de aproximadamente 100 pilotos de todo estado da Bahia e também de Alagoas e Sergipe.


CATEGORIAS:
Iniciantes – Boys 5/6 – Boys 7/8 – Boys 9/10 – Boys 11/12 – Boys 13/14 – Boys 15/16 – Expert 17/29 – Feminino até 6 anos – Feminino 10/12 – Feminino 13/16 – Feminino 17 acima - Elite Cruiser (17/29) – Cruiser 30/39 – Cruise (40+) – MTBx – Elite Master – Elite Man – Super Pais.

INSCRIÇOES
a) Na categoria Elite Man R$ 50,00, nas demais R$ 30,00. – OBS: Será feito um rateio de 100% do valor das incrições na categoria elite man.
b) As inscrições só serão aceitas até a Sexta-feira as 20:00h que antecede o evento, caso haja alguma mudança ou inclusão até sábado as 12:00h.
c) E caso a entidade passe a inscrição e o atleta não for, o responsável pagará do mesmo jeito.
d) Inscrição no dia da prova será aceito até as 9:00hs com uma multa de 50% do valor da mesma.
e) Inscrição via email
fbbx@fbbx.com.br – laelsonrios@hotmail.com.

PREMIAÇÕES
a) Receberão troféus do 1º ao 8º colocado em todas as categorias.
b) Distribuição de vários brindes entre os pilotos campeões.
PROGRAMAÇÃO DOS EVENTO:
DOMINGO:
Das 7:00h às 8:00 = Café da manhã para todos os pilotos inscritos.
Das 8:00h às 9:30h – Treinos oficiais dividido por categoria
Das 9:50h às 10:00h – Solenidade de abertura
Às 10:00h – Inicio das competições
Às 12:00h – Entrega das premiações

PROGRAMAÇÃO DOS TREINOS:
Das 8:00h às 8:20 = Girls 13/16 – Girls 17+ – Boys 13/14 – Boys 15/16 – Iniciante – Super Pais
Das 8:20h às 8:40h = Boys 5/6 – 7/8 – 9/10 – Girls 10/12 – Feminino até 6 anos
Das 8:40h às 9:00h = MTBx – Expert 17/29 e todas as cruiser’s
Das 9:00h às 9:30h = Elite Máster- Elite Man.

Agora é a vez do papai!!!!



Olá, meu nome é Jarbas e vou contar pra vocês a emoção de ser Pai pela 1º vez. Minha esposa teve uma gravidez muito tranquila e bem assistida. Trabalhou até bem próximo de dar a luz ao nosso filhão. No dia em que Luca resolveu bater à porta, eu estava no trabalho, fechando alguns arquivos para a Fundação onde trabalho, foi quando recebi o telefonema de minha esposa me dizendo a estava sentindo cólicas e perdendo um pouco de sangue. Fiquei azuadinho. O meu amigo que estava fazendo o trabalho comigo disse:
- Cai fora Jarbas deixa essa p**** aí e vai logo!!!
Corri pra moto e quando cheguei nela não sabia nem como ligar, imagina ir pra casa com ela, mas cheguei, me tremendo, mas cheguei.
Quando chego em casa, vejo Bianca chegando da casa da mãe com um ar de tranquilidade incrível, pois até aquele momento tava tudo tranqüilo...ainda!!!
A agonia começou mesmo de 14h30 até 6h15 da manhã de sábado. No decorrer desse tempo fomos para o hospital e voltamos devido ainda não haver dilatação suficiente para dar entrada no internamento. Até que eu estava tranquilo, minha sogra parecia uma nuvem rosa e minhas cunhadas se preocupavam em tirar fotos. Já Bianca, coitada... sofria com as contrações que ficavam cada vez mais constantes. Até que depois de seguir orientações das enfermeiras para andar bastante para ter mais dilatação conseguimos o internamento às 23h. Fiquei p*** porque não me deixaram ficar com ela e me mandaram pra casa. Só voltei às 6h para saber se Luca já tinha nascido. A assistente social me disse que ela ainda estava em trabalho de parto. Fiquei doido porque ela tinha dado entrada às 11h e já eram pouco mais de 6h. Imaginei que ela estava sofrendo bastante e mal sabia que meu filho estava nascendo naqueles minutos. Voltei pra casa pra comer alguma coisa, mas voltei na mesma hora até que encontrei a assistente voltando da ronda com a notícia que Luca tinha nascido saudável com 3,450 kg e 48,5 cm e Bianca estava bem. A primeira pessoa pra quem liguei foi pra meu Pai meio sem conseguir falar, trêmulo e depois liguei pra minha sogra para avisar que estava tudo bem com Bianca e com Luca.
Muitas pessoas me falavam que ser Pai era muito bom, mas acho que é bem melhor do que isso. É um amor que não dá pra descrever.

sábado, 16 de maio de 2009

Com licença poética!

Ilustração Jarbas Azevedo



Vou postar um poema que li e me identifiquei muito. É de Adélia Prado, mineira, dona de casa, professora, habilidosissíma na escrita. O poema a seguir, dialoga com o Poema de sete faces, de Drummond, também muito querido por mim.


Algo mais sobre Adélia, http://www.releituras.com/aprado_bio.asp





Com licença poética




Quando nasci um anjo esbelto,


desses que tocam trombeta, anunciou:


vai carregar bandeira.


Cargo muito pesado pra mulher,


esta espécie ainda envergonhada.


Aceito os subterfúgios que me cabem,


sem precisar mentir.


Não sou tão feia que não possa casar,


acho o Rio de Janeiro uma beleza e


ora sim, ora não, creio em parto sem dor.


Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.


Inauguro linhagens, fundo reinos


(dor não é amargura)


Minha tristeza não tem pedigree,


já a minha vontade de alegria,


sua raiz vai ao meu mil avô.


Vai se coxo na vida, é maldição pra homem.


Mulher é desdobrável. Eu sou.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O nascimento do nosso "Pipu"







Ao invés de falar detalhadamente como foram as minhas 22 h de trabalho de parto (quando fiz as contas me assustei, porque não pareceram tão longas e sofridas dada a minha felicidade no momento), vou falar de como foi possível a vinda desse maravilhoso ser para o nosso convívio.


Acredito muito em Deus e sei que foi Ele que fez a minha vida e a do papai se cruzar inúmeras vezes. Nascemos na mesma maternidade, quase sempre moramos perto um do outro, estudamos na mesma escola, fomos parceiros na festinha de São João na escola, e na adolescência, momento em que se desperta olhares para o outro, tudo parava quando o papai de Luca encontrava comigo. Até que começamos a namorar e não entendíamos como, em "tão pouco tempo", estávamos tão ligados.


Curtimos cinco anos de namoro (bem curtidos, diga-se de passagem), demos início a projetos pessoais (que já não eram só de um e sim dos dois) e emendamos cinco anos de casamento, sendo que a cada ano, a vontade de ter um filhinho (ou filhinha) crescia e se solidificava.


Sempre tivemos consciência de que um filho era algo muito especial. É alguém que iria aprender conosco o que aprendemos de nossos pais e da vida, alguém que teria demandas físicas, materiais, espirituais, etc. Quando decidimos que a hora tinha chegado, o bebê teimava em não chegar. Se pensarmos em alguns muitos casais que lutam por um positivo, até que não foi tanto tempo assim (um pouco mais de dois anos), só que ansiosos como nós somos já estávamos ficando tristes. Mas hoje sei que ele chegou na hora certa, e eu já sabia desde o primeiro momento que não éramos mais dois e sim três. Papai também sabia, ele é um cara que anda ligado nas coisas (he, he, he)!


E o momento da confirmação? Primeiro fiquei surda.

" - Suas suspeitas estão confirmadas."
" - O quê?"
" - Suas suspeitas estão confirmadas."

Depois saí da sala do médico quase pulando, sentindo um monte de coisa que não sei explicar, junto com euforia, felicidade, me sentindo completa. Até então nem imaginava que faltava isso para eu me sentir uma mulher de verdade, sabe aquela coisa de estágios, fases da vida? Eu amo ser mulher e vim aqui também para ser mãe.

Minha gestação foi m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a! Fiz tudo o que eu já fazia e mais um pouco. Me cuidei muito bem, me estressei também, mas procurei não guardar nada que me fizesse mal. Me sentia a mulher mais linda do mundo.
Logo no auge da Mulher Melancia e eu com aquela barrigona redonda...reinvidiquei logo o meu posto de "Verdadeira Mulher Melancia ".
Tem uma coisa muito bonita que acontece com as mulheres quando estão perto de parir que é uma vontade de arrumar "o ninho" para a chegada da cria. Eu pensava que era bobagem mas não é não. Eu estava com 38 semanas, com uma reforma do quarto e uma casa extremamente bagunçada. Briguei, disse que ía arrumar a casa assim mesmo, e tudo o mais. Na verdade era uma ansiedade, uma aflição de vê-lo chegando e não ter o canto dele arrumado, ter privacidade, não queria ficar na casa de ninguém. Quando meti a mão na massa já estava entrando em trabalho de parto e nem sabia. Uma dorzinha de leve nos quadris. Mas Deus é grande e mainha me chamou pra comer feijoada (he, he) e lá, na casa dos meus pais, tive um sinal de sangue. Eu sabia que só dependeria de mim e de Deus (além dos médicos, é claro) nessa etapa da vida, mas só o fato de ter me encontrado com meu pai e minha mãe naquele dia, naquela hora, me deu muita força.
E depois, tentei manter a calma todas as vezes que via que ía me desesperar (porque, cá pra nós, tem cada mulher presepeira parindo!!!), e deixei tudo com Deus que não me abandonou nem um segundo. Só tenho a agradecer! Ao carinho e à atenção da minha família (Pais, sogros, cunhados, irmãos, amigos e maridão), aos doutores Aloísio e Pablo, e à Deus por ter me dado a oportunidade de ser mãe de um menino tão esperto e amoroso.
Te amo Luca!!!!!